domingo, 14 de março de 2010

O TRABALHO COM GÊNEROS TEXTUAIS NAS PROPOSTAS CURRICULARES OFICIAIS DE SÃO PAULO

A proposta foi a de identificar em propostas curriculares oficiais o trabalho com gêneros textuais.
Analisamos as "Orientações Curriculares- Proposição de Expectativas de Aprendizagem - Ensino Fundamental I - Prefeitura Municipal de São PAulo". O documento publicado em 2007, tem orientações curriculares para todos os componentes curriculares trabalhados nas salas das escolas municipais de São Paulo, explicita também as expectativas de aprendizagem para esses componentes curriculares, por ano/série.
Essas orientações curriculares,não apenas orienta o trabalho a partir de gêneros textuais, como também a organização didática do tempo, indicando quais gêneros deverão ser trabalhados através de projetos e/ou sequências didáticas e quais através de atividades permanentes ou ocasionais ( maiores esclarecimentos sobre a organização didática do tempo escolar podem ser encontrados em LERNER, D. Ler e escrever na escola: O real, o possível e o necessário, 2002).
Analisamos os quadros das páginas 35 e 36, nos quais os gêneros estão distribuídos nas séries/ano. A fundamentação teórica, que embasa tal distribuição, aponta para uma cncepção de gêneros a partir de domínios discursivos, ou seja "práticas discursivas nas quais podemos identificar um conjunto de gêneros textuais" MARCUSCHI, 2008.
A leitura das expectativas de aprendizagem aponta para a preocupação de relacionar o trabalho com os gêneros às diferentes situações comunicativas em que esses são utilizados. Dessa forma, os estudantes teriam contato de forma sistemática com textos autênticos, ou próximos daqueles comos quais se depararão fora da escola e não com os "fabricados" especialmente para situações de ensino escolar.
Acreditamos que essa abordagem permitirá o desenvolvimento das competências leitora e escritora dos alunos, na medida em que procuram reproduzir, na escola, situações comunicativas com as quais os alunos deverão lidar, em algum momento de suas vidas.
Da forma como está organizada essa proposta curricular não trata os gêneros como conteúdos escolares, mas sim como uma oportunidade e ferramenta para o desenvolvimento de leitores e escritores competentes.

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