domingo, 25 de abril de 2010

EnsinarX Não ensinar gramática: ainda cabe essa questão?

Comentário do artigo de Carlos Alberto Faraco

No artigo “Ensinar X Não ensinar gramática: ainda cabe essa questão? O autor Carlos Alberto Faraco discorre de forma eficiente e didática a história da gramática nas diferentes culturas.
Fica claro, pela exposição, que a construção das normas e padrões das línguas latinas, entre elas o Português, foi fortemente marcada pelo conservadorismo linguístico excessivo, uma busca pelo “ideal de língua fixado para o mundo itálico”, cultivando como norma uma língua distante no passado.
Entende-se, com essa retrospectiva história realizada pelo autor, algumas práticas voltadas para a descrição da língua de forma isolada e fora de seu contexto de produção.
Após realizar uma interessante contextualização histórica o autor defende a necessidade de rever-se o ensino da gramática. Defende, não que esse ensino seja abolido das salas de aula mas sim, que ofereçamos aos alunos, através do ensino, “a oportunidade de que se familiarizem com práticas orais/escritas, relevantes para sua efetiva inserção sociocultural”.
Dessa forma, a pergunta do título não pode ser respondida apenas com um sim ou não, mas com ambos: sim, devemos ensinar gramática aquela que permita o desenvolvimento da capacidade lingüística dos alunos, aquela que os instrumentalize para comunicarem-se de forma eficiente e eficaz e não, não ensinar nem a “gramatiquice”, nem o “normativismo”.

domingo, 28 de março de 2010

SEQUÊNCIA DIDÁTICA PARA LEITURA COMPARTILHADA

Título do livro: Contos de Morte Morrida
Autor: Ernani Ssó
Ilustradora: Marilda Castanha
Editora: Companhia das Letrinhas
Sequência Didática a ser desenvolvida em salas do 5º ano do Ensino Fundamental
Tempo Previsto: 1 bimestre
Resenha:
O autor reúne nesse livro nove histórias nas quais a Morte é o principal personagem. De forma bem humorada e com uma linguagem acessível selecionou contos do folclore, do “tempo em que os bichos falavam”, em que diferentes personagens tentam fugir da Morte, ou pelo menos negociar com ela um pouco mais de tempo na terra dos viventes. De forma brilhante abre o livro com seu próprio encontro com a personagem principal das histórias, de forma inteligente, através do seu diálogo com a Morte, conta ao público a idéia do livro e como as histórias foram reunidas. Uma diversão interessante para crianças e adultos.
Expectativas de Aprendizagem:
•Relacionar contos à situação comunicativa e ao suporte em que circula.
•Identificar elementos constitutivos da organização interna do gênero.
•Identificar o conflito gerador e sua relação com o desfecho da narrativa.
•Identificar recursos de coesão referencial (substituições, omissões, repetições)
•Identificar recursos de coesão seqüencial próprios da escrita (marcadores temporais).
•Planejar um conto “de morte morrida”, preocupando-se com o contexto de produção, a escolha dos personagens, o conflito e sua resolução e as características do gênero.
•Produzir, em dupla, um conto “de morte morrida”.
•Revisar o conto produzido focando as características do gênero, os recursos de coesão referencial e os marcadores temporais.
Materiais necessários:
Um livro para cada dupla (leitura será compartilhada).

ANTES DA LEITURA:
•Apresentar o livro e levantar expectativas a partir do título
•Perguntar aos alunos se conhecem alguma história com essa temática
•Ler a resenha na contra capa e rever as expectativas a partir da leitura.
•Ler o índice e identificar os títulos dos contos
•Analisar as ilustrações das páginas iniciais e levantar expectativas sobre o conteúdo/temática dos contos.

DURANTE A LEITURA:
•Confirmar ou retificar as antecipações feitas a partir da análise do título e das ilustrações.
•Solicitar que os alunos a partir de inferências descubram o significado da palavra “gadanha”. Confirmar a descoberta através de pesquisa no dicionário.
•Descobrir o significado das demais palavras desconhecidas a partir de inferência ou de pesquisa no dicionário.
•Solicitar que os alunos identifiquem as características dos personagens e as estratégias utilizadas para tentar enganar a morte.
•Solicitar que os alunos tracem, a medida que os contos são lidos, as características da Morte ( a forma como o autor a retratou).
•Solicitar que s alunos identifiquem, durante a leitura, os marcadores temporais utilizados nos contos.

DEPOIS DA LEITURA:
•Relacionar as características dos contos que permitira que fossem reunidos nessa coletânea.
•Conversar com os alunos sobre os contos folclóricos e como cada cultura tem uma forma própria de representar os acontecimentos entre eles a morte
•Pesquisar na biblioteca outro conto (de outra cultura) sobre a mesma temática.
•Discutir com os alunos o ditado popular: “ quem morre de véspera é peru de Natal” e relacioná-lo com os desfechos dos contos.
•Preencher uma tabela com o conflito e a resolução em cada conto (a intenção é a de que os alunos percebam que em todos, menos no último, o mote é sempre os humanos tentando enganar a morte ou pelo menos negociar com ela, mas que sempre ela acaba chegando na hora marcada e levando seus escolhidos.
•Eleger o conto preferido da turma para ser relido e analisado do ponto de vista da progressão temática e dos marcadores temporais.
•Retomar o conto de apresentação e relacioná-lo com os demais. Discutir as intenções do autor em colocá-lo na abertura do livro e identificar ali as escolhas do autor quanto as escolhas feitas por ele na seleção dos contos.

PROPOSTA DE ESCRITA:
Como fechamento da sequência didática solicitar aos alunos, em duplas, que planejem um novo conto “de morte morrida” a partir dos modelos lidos, que o escrevam e revisem a partir de pauta oferecida pelo professor que contemplará os aspectos estudados e priorizados durante o bimestre.

domingo, 14 de março de 2010

CINCO HABILIDADES DE LEITURA

Seguem abaixo as cinco perguntas para a reportagem: "No rush, carro é tão veloz quanto galinha"

1- Recuperação da Informação:

Que informação a Companhia de Engenharia de Tráfico (CET) dá para a queda da velocidade dos carros ser mais acentuada no período da tarde?

2- Formação de uma compreensão ampla e geral:

Imagine que a reportagem que você leu será veiculada no telejornal local. Sublinhe as informações mais importantes e, a partir delas, escreva, no máximo dois parágrafos que serão lidos pelo apresentador do telejornal.
3- Desenvolvimento de uma interpretação:
A CET afirma que as explicações para a diminuição da velocidade dos carros no horário do rush são: as interdições no trânsito, a elevação de 20% nas interferências como a quebra de carros e cminhões e o aumento no volume de chuva, no entanto, no 7º parágrafo a explicação dada é a expansão da frota, ou seja o aumento de carros na cidade.
Por que você acha que existem essas diferentes explicações para o mesmo problema? Por que razão a CET não menciona o aumento da frota de carros em suas justificativas?
4- Reflexão e avaliação do contexto do texto
O problema do trânsito é realmente muito sério nas grandes cidades do mundo. Algumas cidades tomaram providências para diminuir esse problema. Em Londres é cobrado um pedágio na região central. Em Paris ampliou-se as faixas exclusivas para o transporte coletivo e na Cidade do México há rodízio dia sim, dia não, de acordo com a placa e durante todo o dia.
Se você pudesse sugerir alguma medida para diminuir o problema da lentidão do trânsito na cidade de São Paulo, na hora do rush, que medida sugeriria?
5- Reflexão e avaliação da forma do texto
Observe as ilustrações utilizadas para indicar as velocidades em 2005 e em 2009 no gráfico de linha no final da reportagem. Qual a intenção do ilustrador ao utilizar esse tipo de ilustração? Que outros recursos poderia ter usado para tornar a informação ainda mais clara?

O TRABALHO COM GÊNEROS TEXTUAIS NAS PROPOSTAS CURRICULARES OFICIAIS DE SÃO PAULO

A proposta foi a de identificar em propostas curriculares oficiais o trabalho com gêneros textuais.
Analisamos as "Orientações Curriculares- Proposição de Expectativas de Aprendizagem - Ensino Fundamental I - Prefeitura Municipal de São PAulo". O documento publicado em 2007, tem orientações curriculares para todos os componentes curriculares trabalhados nas salas das escolas municipais de São Paulo, explicita também as expectativas de aprendizagem para esses componentes curriculares, por ano/série.
Essas orientações curriculares,não apenas orienta o trabalho a partir de gêneros textuais, como também a organização didática do tempo, indicando quais gêneros deverão ser trabalhados através de projetos e/ou sequências didáticas e quais através de atividades permanentes ou ocasionais ( maiores esclarecimentos sobre a organização didática do tempo escolar podem ser encontrados em LERNER, D. Ler e escrever na escola: O real, o possível e o necessário, 2002).
Analisamos os quadros das páginas 35 e 36, nos quais os gêneros estão distribuídos nas séries/ano. A fundamentação teórica, que embasa tal distribuição, aponta para uma cncepção de gêneros a partir de domínios discursivos, ou seja "práticas discursivas nas quais podemos identificar um conjunto de gêneros textuais" MARCUSCHI, 2008.
A leitura das expectativas de aprendizagem aponta para a preocupação de relacionar o trabalho com os gêneros às diferentes situações comunicativas em que esses são utilizados. Dessa forma, os estudantes teriam contato de forma sistemática com textos autênticos, ou próximos daqueles comos quais se depararão fora da escola e não com os "fabricados" especialmente para situações de ensino escolar.
Acreditamos que essa abordagem permitirá o desenvolvimento das competências leitora e escritora dos alunos, na medida em que procuram reproduzir, na escola, situações comunicativas com as quais os alunos deverão lidar, em algum momento de suas vidas.
Da forma como está organizada essa proposta curricular não trata os gêneros como conteúdos escolares, mas sim como uma oportunidade e ferramenta para o desenvolvimento de leitores e escritores competentes.

Autorretrato

Sou dura de parar
mínima de paciência
escassa de desistência
crescente de sonhos
comprida no existir
larga de horizontes
lenta no esquecer
rápida no sorrir
péssima no esperar
navegante na imaginação
amante das boas leituras
afeiçoada a pequenas coisas
esquecida das tristezas
amiga dos desafios
inimiga das rotinas.

sábado, 19 de setembro de 2009

SOBRE REPORTAGEM

Colegas,

Encontrei uma tese de mestrado sobre reportagem. Acho que será interessante darmos uma olhada no texto, pois a fundamentação teórica utilizada conversa com a que estamos estudando. A autora fez uma explanação sobre o gênero e analisou reportagens do Jornal do Brasil. Vejam no endereço: http://busca.unisul.br/pdf/69876_Conceicao.pdf